Síndrome do Desfiladeiro Torácico – o que você precisa saber
- Os sintomas incluem dor, formigamento ou fraqueza no ombro e no braço, especialmente ao levantar os braços.
- Ter uma costela cervical (uma costela extra que se origina em vértebra do pescoço) aumenta a chance de desenvolver a síndrome.
- Diferentes tipos de SDT exigem tratamentos diversos.
- Os tratamentos incluem fisioterapia, bloqueios musculares ou cirurgia para tratar músculos ou atuar sobre estruturas que estejam pressionando os nervos ou vasos sanguíneos.
O desfiladeiro torácico é o túnel formado pela primeira costela, logo abaixo da clavícula. A Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT) se manifesta quando nervos ou vasos sanguíneos são comprimidos pela primeira costela, clavícula ou músculos do pescoço no desfiladeiro torácico.
Quais são os tipos de Síndrome do Desfiladeiro Torácico?
SDT neurogênica: compressão dos nervos do plexo braquial (a maioria dos casos).
SDT venosa: compressão de uma veia, levando a edema e podendo evoluir para trombose (≈5% dos casos).
SDT arterial: compressão de uma artéria (≈1% dos casos). As formas venosa e arterial também podem ser agrupadas como SDT vascular.
Pela proximidade das estruturas, é possível apresentar sintomas de mais de um tipo ao mesmo tempo.
Sintomas por tipo
SDT Neurogênica
- Dor ou fraqueza no ombro e no braço;
- Formigamento ou desconforto nos dedos;
- Braço que cansa rápido, principalmente com o membro elevado;
- Atrofia da musculatura da mão.
Os sintomas podem variar ao longo do dia, mas geralmente pioram quando os braços ficam erguidos por mais tempo.
SDT Venosa
- Inchaço do braço, mão ou dedos;
- Arroxeado de mão e braço;
- Formigamento doloroso;
- Veias muito salientes no ombro, braço, pescoço e mão.
Esses sinais podem indicar trombose venosa, que inclusive pode ser o primeiro indício de SDT.
SDT Arterial
- Mão fria e pálida;
- Dor na mão e no braço, sobretudo em movimentos acima da cabeça;
- Obstrução da circulação arterial;
- Aneurisma da artéria subclávia.
O que causa a SDT?
- Costela cervical: presente em 1%–3% da população; aumenta o risco de compressão de nervos ou vasos.
- Formação anormal de músculos ou da primeira costela/clavícula: pode comprimir nervos ou vasos.
- Síndrome da chicotada: sintomas persistentes após extensão rápida do pescoço para trás.
- Musculação e hipertrofia cervical: aumento muscular pode comprimir estruturas.
- Movimentos repetidos acima da cabeça: natação, pintura, cabeleireiros, mecânicos etc.
- Ganho de peso: aumento de gordura cervical pode comprimir nervos/vasos.
- Tumor cervical: raramente, pode ser a causa.
- Calo ósseo pós-fraturas de clavícula.
Como a SDT é diagnosticada?
Avaliação inicial
- Histórico clínico completo e revisão dos sintomas;
- Exame físico apurado;
- Manobras físicas para provocar os sintomas;
- Exclusão de condições neurológicas e cervicais (ex.: túnel do carpo, alterações da coluna, outras compressões nervosas) – podendo incluir estudos de condução nervosa e ressonância da coluna cervical.
Exames auxiliares
- Ultrassom Doppler colorido para avaliar estenoses/oclusões vasculares;
- Radiografias para investigar costela cervical e alterações ósseas;
- Ressonância nuclear magnética;
- Tomografia computadorizada;
- Angiografia;
- Se suspeita de SDT neurogênica: bloqueio muscular (anestésico local nos escalenos); o alívio temporário reforça a suspeita diagnóstica.
Como a SDT é tratada?
SDT Neurogênica
- Fisioterapia específica (tratamento inicial por pelo menos 3 meses, salvo comprometimento circulatório grave);
- Injeções de toxina botulínica quando necessário;
- Cirurgia por via endoscópica com liberação do plexo;
- Cirurgia (quando persistem sintomas): secção de escalenos e remoção de costela cervical ou primeira costela.
Recorrência: pode ocorrer meses ou anos depois, por formação de tecido cicatricial.
SDT Venosa
A cirurgia geralmente é recomendada, incluindo remoção das estruturas que causam compressão. A veia deve ser tratada, pois coágulos se formam pela lesão da parede interna causada pela compressão.
SDT Arterial
A cirurgia é, em geral, indicada: remoção das estruturas que causam compressão. Se houver aneurisma ou degeneração da artéria, pode ser necessária reconstrução arterial.
Tratamento bilateral
Em alguns casos a SDT ocorre nos dois lados. O lado oposto deve ser avaliado, mas só é tratado quando há sinais ou sintomas definidos.
Compressão Costo-Clavicular:
Compressão pelo Músculo Peitoral Menor:
Áreas de Irradiação da Dor na SDT:
Áreas de Irradiação da Dor na SDT: